Nesta terça-feira, 26/3, a nova ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada pelo Banco Central sinalizou um novo corte na taxa Selic durante o mês de maio. Especificamente, está prevista uma redução de 0,50 ponto percentual.
No Brasil, a Selic é a taxa básica de juros, influenciando também nos contratos de financiamento, empréstimos e concessão de crédito em diferentes modalidades de serviço. Entenda como a redução funciona na prática.
Como fica a taxa Selic em maio?
De acordo com a ata da última reunião do Copom, uma nova redução está prevista para acontecer em maio. No entanto, pode ser a última neste semestre, pois a instituição prevê uma diminuição no ritmo de mudanças da taxa Selic nos próximos meses.
A perspectiva do Copom é que a taxa vá para 10,25% no mês de maio, mas que tenha reduções bem menores a partir de junho. Segundo a instituição:
“Alguns membros argumentaram ainda que, se a incerteza prospectiva permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de distensão monetária pode revelar-se apropriado, para qualquer taxa terminal que se deseje atingir. O Comitê manteve, unanimemente, que a taxa de juros e sua respectiva trajetória serão aquelas necessárias para a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante de política monetária”.
O documento, disponível na íntegra pelo site do Banco Central do Brasil, conta com outros apontamentos. Entre eles, que o Copom debateu na ocasião dessa reunião a extensão do ciclo de ajustes na política monetária nacional.
Isso porque a instituição reconhece a importância de manter uma política flexível diante da flutuação nos índices da inflação. Portanto, essas alterações nas taxas dependem da evolução da dinâmica inflacionária, como consta na ata da reunião.
Desde 2022, a taxa Selic nunca alcançou um patamar tão baixo como recentemente. No dia 20 de março, o Copom reduziu a taxa básica de juros do país de 11,25% para 10,75% ao ano.
Como se deu essa decisão?
Na análise do Copom, a evolução da redução dos índices inflacionários e o balanço de riscos, além de uma extensa análise de outras informações disponíveis, motivaram a nova redução. Para a instituição, a decisão é compatível com os planos a longo prazo.
Isso porque há uma estratégia de convergência da inflação para alcançar a meta estabelecida para este ano. Como consequência direta, a nova redução da Selic também estimula o consumo, movimentando a economia brasileira e fomentando emprego.
Esse processo decorre do fato de que a taxa Selic modula o preço do crédito no mercado. Portanto, quando está em baixa, isso significa que o preço das parcelas de financiamento serão menores, o que estimula o consumidor a firmar contratos de serviço.
Apesar disso, o Copom não exclui do cenário as influências do cenário global instável, o que afeta diretamente a condução da política monetária brasileira. Além disso, afirma no documento “que o cenário-base não se alterou substancialmente”.
Neste contexto, a redução da taxa Selic foi uma decisão unânime entre os membros do comitê, incluindo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Entretanto, não há previsão de novas reduções dessa magnitude nos próximos meses.