Na última quarta-feira (20/3), o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic. No país, essa é a taxa básica dos juros, de modo que influencia também os empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
A decisão partiu do Banco Central (BC), devido o comportamento dos preços na indústria. Essa é a sexta vez consecutiva que ocorre uma redução da taxa básica de juros brasileiros. Entenda mais sobre essa política a seguir.
Como ficou a taxa básica de juros?
Com a decisão do Copom, a taxa Selic foi reduzida em 0,5 ponto percentual, passando para 10,75% ao ano. Porém, a instituição informou em comunicado que deverá fazer apenas mais uma redução deste tipo em próxima reunião, agendada para maio.
A apuração é da Agência Brasil. Com essa decisão de mais uma redução nos próximos meses, os especialistas apontam que existem chances do Copom pausar o ciclo de cortes a partir de junho.
Isso pode representar uma estabilização da taxa Selic, ou novos aumentos, a depender da movimentação da economia brasileira. Apesar disso, a avaliação oficial é que o cenário da inflação permanece o mesmo, com riscos tanto de crescimento quanto de redução.
Na perspectiva dos órgãos oficiais, os fatores que podem aumentar a inflação inclui a persistência das pressões inflacionárias internacionais e o aquecimento no setor de serviços. Porém, também foram mapeadas as possibilidades de queda.
Para haver a redução da inflação, é necessário haver uma desaceleração da economia global maior do que a que foi projetada oficialmente. Assim, é possível haver impactos mais fortes nas altas das taxas de juros ao redor do mundo.
Neste cenário, analistas do mercado financeiro projetam novos cortes nas futuras reuniões do Copom. Dessa maneira, será possível prosseguir com o processo de flexibilização monetária em andamento desde os últimos encontros.
Para que serve a taxa Selic no país?
A taxa Selic é a taxa básica de juros do Brasil, mas também é o principal indicador da inflação, medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). É a partir dessas informações que o Banco Central controla as variações na economia.
Conforme explica o BC, a taxa Selic também influencia nas outras taxas de juros do país. Isso envolve as taxas aplicadas sobre empréstimos, financiamentos de toda natureza e aplicações financeiras, incluindo investimentos em ações, por exemplo.
Na prática, quando o Banco Central altera a taxa Selic, há todo um cascateamento que alcança até o consumidor brasileiro. Isso porque a rentabilidade dos títulos indexados a ela também se altera.
Como consequência, o custo de captação dos bancos também muda. A partir disso, os bancos começam a emprestar valores com juros menores, o que afeta o rendimento de quem tem dinheiro investido, incluindo as poupanças das famílias brasileiras.
No mais, há um importante impacto no consumo. Com a redução das taxas de juros, o crédito se torna mais barato e acessível.
Portanto, o valor cobrado nas prestações de serviços como financiamento, por exemplo, fica reduzido e mais em conta. Isso incentiva os brasileiros a concluírem contratos de financiamento, solicitar empréstimos ou movimentar valores na bolsa.