O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), popularmente conhecido como inflação do aluguel, registrou queda no mês de fevereiro.
Segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a inflação caiu 0,52% neste mês. Em 12 meses, por sua vez, apresentou um recuo de 3,76%.
Utilizado para cálculo dos reajustes anuais, os últimos percentuais do indicador são os menores resultados de uma série histórica, desde sua criação em 1940.
Para entender mais sobre a queda da inflação de aluguel e o que ela pode representar, confira mais informações sobre o assunto abaixo.
Queda da inflação de aluguel em fevereiro
Após cinco meses, o resultado do IGP-M de janeiro voltou a deixar a variação mensal no campo negativo. Nesse sentido, a última deflação havia ocorrido em agosto do ano passado, com -0,14%.
Desde então, houve uma aceleração do indicador, até que ele alcançasse 0,74% em dezembro. Contudo, no mês passado, o índice marcou 0,07%.
De acordo com a FGV, o que contribuiu para a inflação negativa foi o preço dos alimentos. Sem uma redução generalizada na produção agrícola do país, os percentuais não aumentariam.
Vale ressaltar que, mesmo com os efeitos do El Niño, fenômeno climático que prejudicou algumas safras brasileiras, a situação não causou grandes discrepâncias.
Além disso, a ampliação da oferta global de grãos pode ajudar a diminuir as pressões inflacionárias sobre o preço dos alimentos no Brasil. Com isso, será possível proporcionar certo alívio à inflação.
Como funciona o IGP-M?
O IGP-M é conhecido como inflação do aluguel, pois é utilizado para fazer os reajustes anuais dos contratos de moradia.
Com o indicador, é possível indexar contratos de empresas de serviço como telefonia, planos de saúde, energia elétrica e educação.
A inflação é calculada de acordo com três grupos de preços: produtor, consumidor e construção civil. Ao combinar os três índices, cada um terá um peso específico no cálculo final. Confira:
- IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo): monitora as variações dos preços de produtos industriais e agropecuários nas transações entre empresas. Possui 60% de peso;
- IPC (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado): representa a variação de preços das principais despesas do consumidor. Alguns exemplos são transporte, saúde, alimentação, educação, entre outros. Possui 30% de peso;
- INCC (Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado): acompanha os custos de moradias, incluindo mão de obra especializada, nas sete principais capitais do Brasil. Possui 10% de peso.
Em dezembro de 2023, por exemplo, a maior influência veio do IPA, com um recuo de 5%, considerado a menor taxa da série histórica.
Dentro desse índice, as maiores contribuições para a deflação foram da soja, do milho e do óleo diesel. Em fevereiro deste ano, os mercados da soja e do milho também apresentaram quedas acentuadas nos preços para os produtores.