Segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram registradas a criação de 306,1 mil vagas de empregos formais no Brasil no mês de fevereiro.
O número foi maior do que o registrado em janeiro, que apresentou um total de 180,4 mil novos cargos. Este foi o mês de fevereiro com o maior índice de geração de empregos, ficando atrás apenas dos registrados nos anos de 2021 e 2022.
O valor é calculado pela diferença entre o número de contratos (que foi de 2.249.070) e de demissões (que foi de 1.942.959).
Considerando o saldo de geração de empregos neste ano, acumulamos 474,6 mil.
Nesta matéria, você vai entender melhor o cenário nacional quando o assunto é a geração de empregos, de acordo com a opinião de um economista. Confira:
Aumento de oferta de empregos formais no Brasil
De acordo com os dados comparativos divulgados, este valor acumulado no primeiro bimestre é maior que os registrados em todos os anos dos governos anteriores ao atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O político está em seu terceiro mandato e governou o país entre 2003 e 2010.
Nos últimos 12 meses, considerando o período de março de 2023 a fevereiro de 2024, o número registrado foi de 1.602.965 cargos de empregos formais.
O cálculo levou em consideração o saldo entre as admissões, que foram de 23.714.985, e as demissões, que foram de 22.112.020.
O salário médio para as admissões em fevereiro foi de R$ 2.082,79. Se compararmos com o mês de janeiro, houve uma redução de R$ 50,42 nas remunerações, o que representa uma queda de 2,36%.
Oferta de empregos nas unidades federativas
O economista Wagner Matos, especializado em Management in Business pela Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, acredita que “no cenário nacional, estamos evoluindo na criação de emprego formal”.
No entanto, ele destaca a importância de também olharmos para os estados individualmente. Isso porque o aumento da oferta de empregos em solo nacional não diminui os problemas de desigualdades entre as regiões brasileiras.
“Por exemplo, o Maranhão é um estado que tem mais beneficiários do programa Bolsa Família do que empregos com carteira assinada, conforme dados do CAGED e ministérios do governo. De acordo com esses dados, desde dezembro de 2023, o estado vem acumulando saldo negativo, ou seja, perdendo vagas formais. Situações como estas devem ser apuradas com o intuito de desenhar e implantar um plano estratégico para a reversão deste quadro negativo”, afirma o economista.
Esse cenário não é exclusivo do Maranhão. Os números divulgados pelo CAGED mostram que 13 das 27 unidades federativas do Brasil têm mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada.
Antes da pandemia da Covid-19, o número de unidades federativas com mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores formais era menor, registrando 8 estados.
Em 2020, o número subiu para 10, em 2022, para 12 e, em 2023, para 13, número que se mantém em 2024 até o momento.
Neste número, estão incluídos todos os estados do Nordeste e quatro do Norte.
De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as regiões Nordeste e Norte registraram os menores valores na renda média domiciliar por pessoa em 2023.
A média nacional registrada foi de R$ 1.848, enquanto o Nordeste registrou o valor de R$ 1.146 e o Norte, R$ 1.302. Ambos os valores estão abaixo do piso do salário mínimo atual, que é de R$ 1.412.
O estado do Maranhão também registrou a menor média de renda por pessoa, que ficou em R$ 969.
Esses números ilustram o problema da desigualdade entre as regiões no Brasil, indo de encontro à opinião de Wagner Matos sobre a importância de se ter um olhar para além dos índices nacionais, mas também regionais.