Nesta sexta-feira, 19 de abril, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou novas informações sobre os rendimentos dos brasileiros em 2023. Um dos destaques da pesquisa foi a presença do Bolsa Família em quase um quinto dos domicílios brasileiros.
Essa é a maior proporção já registrada no país, representando que 14,7 milhões de lares foram contemplados pelo programa social no último ano. Entenda o que essas informações revelam sobre a presença do benefício de transferência de renda no Brasil.
O que a PNAD Contínua revelou sobre o Bolsa Família?
A PNAD Contínua começou a analisar as informações domiciliares dos brasileiros a partir de 2012. Na época, o Bolsa Família estava presente em 16,6% das residências no país, mas passou por mudanças nos últimos anos.
Isso se deu porque, durante a pandemia do coronavírus em 2019, a proporção caiu para 14,3%. Posteriormente, durante a transição de governo, foi instituído o Auxílio Emergencial, fazendo com que o percentual do Bolsa Família caísse para 7,2%.
Em 2021, com as mudanças no Auxílio Emergencial, o percentual de domicílios que receberam o benefício de transferência de renda voltou a crescer, alcançando o patamar de 8,6%.
A PNAD Contínua registrou um aumento na adesão ao programa social a partir da substituição pelo Auxílio Brasil em 2022. Com a mudança, o Bolsa Família superou o patamar inicial de 2012 em 0,3%, chegando a 16,9%.
No entanto, a edição especial desta pesquisa revelou que o percentual de domicílios beneficiários do Bolsa Família atingiu um recorde no último ano. No Nordeste, foi registrada uma cobertura de 35,5% das residências.
Logo em seguida, o maior índice foi observado no Norte, alcançando o patamar de 31,7%. Esses valores representam os maiores percentuais registrados pela série histórica desde o início do acompanhamento.
O que esse crescimento do Bolsa Família significa na prática?
Para os pesquisadores, o aumento do benefício do Bolsa Família está diretamente relacionado à ampliação do rendimento mensal domiciliar per capita da população mais pobre. Em 2023, a renda dos 40% mais pobres do Brasil chegou ao valor médio de R$ 527.
Esse também é o maior valor registrado pela série histórica. Além do recebimento do Bolsa Família, o IBGE aponta que a recuperação do mercado de trabalho neste período contribuiu para essa ampliação.
Além disso, a pesquisa do IBGE constatou uma redução nos índices de desigualdade. Como a PNAD Contínua avalia todos os rendimentos recebidos pela população, é possível acompanhar a proporção de renda entre os mais ricos e os mais pobres.
O levantamento mostrou que o rendimento médio domiciliar por pessoa nas residências atendidas pelo Bolsa Família equivalia a 28,5% do rendimento médio dos domicílios que não são atendidos. Isso comprova que o programa é focado na população socialmente vulnerável.
Além dos valores relativos aos benefícios sociais, a PNAD Contínua considera o rendimento proveniente do trabalho, outros programas sociais como o Benefício de Prestação Continuada e rendimentos financeiros. Ademais, inclui-se na operação as aposentadorias e pensões.
Apesar do crescimento do Bolsa Família, a renda de aposentadorias e pensões representa a maior média. Em 2023, a maior média mensal dessa categoria de rendimentos chegou a R$ 2.408, com aumento de 6,6% em relação ao ano anterior.