Nesta quinta-feira (28/3), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou novas informações sobre o nível de desemprego no Brasil. Segundo a instituição, houve um crescimento de 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro.
No entanto, a avaliação do instituto é que esse crescimento está acompanhado de uma estabilidade na população que está trabalhando, sem variações estatisticamente significativas.
Saiba mais a seguir e descubra o que isso significa para a situação do país.
O que as informações do IBGE revelaram?
Os dados são provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua aplicada pelo IBGE. Na interpretação da instituição, esse aumento na taxa de desemprego pode ser explicado pelo momento do mercado.
Em nota, a coordenadora de pesquisa domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, afirma que ocorreu o retorno de pessoas que haviam interrompido anteriormente a busca por trabalho em dezembro, mas agora estão buscando emprego novamente.
Os números mostram que mais de 8,5 milhões de brasileiros estão procurando emprego. Em percentual, isso representa um aumento de 4,1% na comparação trimestral, com um acréscimo de mais 332 mil pessoas na busca por emprego em relação à última análise.
Estima-se que este foi o primeiro aumento no nível de desemprego desde o último trimestre móvel, encerrado em abril de 2023. No entanto, o índice recente ainda está abaixo da maior alta registrada, de 9,2 milhões de pessoas nesse período.
Portanto, a alta na taxa de desemprego está associada ao aumento da procura por trabalho. Em contrapartida, a população empregada apresentou uma estabilização, ficando 2,2% acima do contingente registrado no mesmo período em 2023.
Quais são os setores com maior índice de desemprego?
A pesquisa mostrou que há uma estabilidade na economia, mas alguns setores se destacaram nas desocupações e demissões. Os mais afetados foram Agropecuária, Administração Pública, Saúde e Educação.
Na análise dos especialistas, a desocupação nesses setores pode estar associada à redução do contingente de trabalhadores, tanto nas lavouras, no caso da Agropecuária, quanto pelo fim dos contratos temporários nas demais áreas da economia.
Por outro lado, o setor de Transportes, Armazenagem e Correio teve um crescimento de 5,1% no número de pessoas empregadas. Esse índice é resultado da comparação com a última análise trimestral realizada pelo IBGE.
Mais especificamente, o IBGE aponta um aumento de mais de 285 mil trabalhadores nesse setor.
Apesar das mudanças, o número de trabalhadores brasileiros com carteira assinada permanece nos 38 milhões observados anteriormente. Portanto, não houve uma variação significativa na comparação com o último trimestre.
Esses dados indicam estabilização nas políticas de contratação formais sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O Brasil continua gerando empregos formais
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, em fevereiro deste ano, foram criados mais de 306 mil empregos formais.
As informações do Governo Federal apontam para 2,09 milhões de contratações contra 1,94 milhões de demissões no mesmo mês.
Comparado ao ano passado, esses números representam melhorias significativas. No mesmo período, em 2023, foram criados 252,49 mil empregos com carteira assinada.
Portanto, estima-se um crescimento de mais de 21,2% em relação a fevereiro de 2023. Entre os setores que se destacaram, a área de Serviços teve o maior índice, com mais de 193 mil empregos formais criados.