O governo liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está considerando a implementação de um voucher para permitir que famílias de baixa renda adquiram até 2 quilos de carne bovina por mês.
Conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo, a proposta foi apresentada por um grupo de pecuaristas de Mato Grosso do Sul (MS) ao ministro Paulo Teixeira, responsável pelo Desenvolvimento Agrário, durante uma reunião realizada em Brasília.
O nome temporário sugerido para o programa é “Programa Carne no Prato“. Teixeira afirmou ter encaminhado a proposta para ser analisada pela Casa Civil e pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).
Entre os defensores do projeto está Guilherme Bumlai, filho do empresário José Carlos Bumlai, conhecido por sua amizade com Lula e sua condenação no âmbito da Operação Lava Jato.
Ele afirma que o valor do voucher – uma espécie de “vale carne” – seria de R$ 35, o suficiente para que as famílias comprassem pelo menos 2 quilos de carne por mês, diretamente dos pecuaristas.
A expectativa é que o projeto, se implementado, possa beneficiar até 19,5 milhões de pessoas, aumentando a demanda por mais 2,3 milhões de cabeças de gado por ano.
O programa seria direcionado apenas às famílias inscritas no Cadastro Único, como aquelas que recebem o benefício do Bolsa Família. Os vouchers seriam utilizados exclusivamente para a compra de carne bovina em supermercados e açougues parceiros.
Preocupação com agro
Durante seu terceiro mandato presidencial, Lula já mencionou em várias ocasiões sua promessa de campanha de que os brasileiros voltarão a desfrutar de churrascos, picanhas e cerveja nos finais de semana.
No entanto, Lula enfrenta dificuldades com o setor agrícola, conforme avaliado pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, do Partido Social Democrático (PSD).
A pasta está preparando um plano de auxílio para aproximar o presidente Lula do setor, que está mais alinhado com o ex-presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL).
Uma iniciativa em discussão nos bastidores do Palácio do Planalto é a realização de reuniões regulares na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência da República, com representantes do setor do agronegócio.
O objetivo desses encontros é que Lula apresente as medidas do governo e esteja aberto para ouvir as demandas do setor de forma mais informal.
Quem tem direito ao Bolsa Família?
O Bolsa Família é destinado a brasileiros que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Para se qualificar, é necessário que a renda familiar per capita mensal não ultrapasse R$ 218.
Além do critério de renda, é fundamental manter a inscrição atualizada e regular no Cadastro Único. É por meio deste registro que novos beneficiários são incluídos mensalmente no programa.
Para se inscrever no CadÚnico, a família deve designar um Representante Familiar (RF) para comparecer a um dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) locais e realizar o cadastro. Este representante será responsável por manter a inscrição atualizada.
Além disso, é imprescindível que o RF leve seu próprio documento de identidade com foto, preferencialmente o CPF, e também os documentos de identificação de todos os membros da família.
Documentos como comprovante de residência também serão exigidos.